Eu poderia estar com você nesse exato momento em que meu corpo pede pela temperatura do seu, ou meu corpo poderia estar com um outro corpo qualquer apenas tentando substituir seu perfume que ficou impregnado em minha pele. Mas ele só pediu para ficar, com essa dor, do vazio, da falta, da saudade. Me falta o ar, o peito dói, os olhos lacrimejam. Os ouvidos procuram por palavras de conforto em alguma música e eles me fazem companhia a noite toda, como se tivessem falando através de meus póros. Lembram-me cada corpo que já me aqueceu em noites como essas, cada frase sussurrada sem sentido pelo fato de não estar só e também me lembram você. Assim como essa dor, a qual também me lembra todos e especialmente, eu mesma.
domingo, 26 de julho de 2009
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Tudo passa
Eu me apego a detalhes e com você não foi diferente, mesmo que você seja tão diferente de mim. O jeito que você me olhava, a ligação no meio do dia, seu ciúmes implícito. Você sabia meu ponto fraco e eu sabia muito bem como te provocar. Você era bom demais. Porém, como todo bom homem que se preze, você sumiu e eu, como toda mulher que se preze, pouco liguei. Afinal, o Brasil tem mais homens que mulheres, eu tava mais é ganhando.
Frequentei todo o tipo de balada, revi amigos, fiz aula de yoga, pilates e até espanhol. Em nenhum momento eu pensei em você antes de dormir. Talvez aquele ditado esteja realmente certo: 'o que os olhos não veem, o coração não sente'. Parecia que eu não te via a tempos, ou porque o tempo passou devagar ou eu te superei rápido. Quando ouvia seu nome, aquelas borboletas loucas não faziam nenhuma bagunça dentro do meu estômago. Ouvi até boatos sobre você e uma loira qualquer e nem senti ciúmes. Então cheguei a conclusão que eu estava pronta para te substituir, por alguém que podia não ser melhor que você mas ainda assim bom. Eu estava pronta para enfrentar mais uma relação eterna enquanto dure.
Foi quando eu te vi ali, a pequenos passos de mim, me olhando do jeito que você me olhava, implorando por um abraço, um abrigo, por mim. E eu desesperada por você, querendo me jogar em seus braços e recuperar todo o tempo perdido, com uma saudade infinita sua. Foi quando eu dei um passo, na direção contrária, e ignorei todas as borboletas.
terça-feira, 14 de julho de 2009
dispostos
você sabe que eu sou exatamente como você. não adianta jogar seu próprio jogo, eu sei todas as regras e não tenho vontade de ganhar ou perder. mas você não é capaz de admitir um empate, só uma vitória então continua jogando. você não se cansa? ou cansou de ganhar de todas as outras?
eu não vou perder, só pelo fato de você ganhar. eu gosto da competição e você de mim.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
na soma de tudo, eu ainda chego ao positivo
Eu cheguei a conclusão de que eu nem preciso estar sempre me sentindo bem pra estar bem, isso me apavorou mais do que devia.
Não faz sentido. Ficar em paz sem a paz não existe, ou ao menos, não deveria existir. Eu fico. É possível ainda que eu fique mais em paz na minha angústia do que ele em toda sua serenidade explosiva e sincera.
Pelo menos eu somo, eu caio, eu sumo e eu vivo. Sobreviver é tão triste, pra que eu ia escolher algo do tipo?
Eu vivo aos tropeços e ainda assim vivo melhor que ele, meu deus! Isso está tão completamente errado que eu não sei nem começar a dizer por onde...São os heróis que merecem a paz suprema, não eu. Ele merece a paz suprema, não eu.
Eu posso ter dez mil problemas e chorar por todos eles sem resolver nada e posso ter todos os meus transtornos compulsivos e todos os meus defeitos e todas as minhas manhas e todas as minhas frescuras e tudo. Eu posso ter tudo de errado e ainda assim consigo sentir alguma paz. Eu posso fazer tudo dar mais errado ainda e ficar tranquila no decorrer do dia. E você, pode? E ele, e ele?
Eu posso estar acostumada ao tédio e ainda conseguir fazer nada para mudar isso. Você pode? Pode? Espero que não.
Pior que angústia eterna é perder a consciência dos fatos e parar de se importar sinceramente com as coisas. Pior que você, só eu.
Pior que sentir a dor, é deixar de senti-la. Ainda mais se você souber que ela ainda existe. E você (eu) passa a inexistir...
E ainda assim, eu não me perderia por nada nesse mundo. Eu me conheço tão bem que eu prefiro ignorar, abstrair certos fatos.
Eu não presto. Nunca prestei, e parece que com o tempo passo a prestar ainda menos. Meu prazo de validade sempre foi vencido e eu sempre tentei fazê-lo bom o suficiente pra não ter a chance de passar mal. Ou te fazer mal. Ou a ele.
Incrível como isso não deu certo! No máximo, eu larguei as pessoas ou fui largada antes de ter a chance de causar uma indigestão à alguém. E tudo bem, eu me aceito bem.
Eu sou podre, mas eu não contagio os outros ao meu redor. É como se eu preservasse todos os fungos e todas as doenças só pra mim, por puro egoísmo e falta de bom senso.
E acumular todas as coisas - boas ou ruins - dá um misto de sensações que eu não consigo explicar. Ou evitar.
Deve ser por isso que eu fico doente toda semana, e ainda assim...Me divirto.
Jéssica,
meu eu em outro corpo que mora em Cuiabá.
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