segunda-feira, 29 de junho de 2009

it takes no time to fall in love but it takes you years to know what love is

- Alô?
- Te acordei?
- Três da manhã. Você quer realmente que eu responda?
- Chato, como sempre.
- Uma vez, você disse que gostava da chatisse.
- Eu gosto.
- ...
- ...
- Então?
- Que foi?
- Pra que me ligou?
- Se eu falar que é pra ouvir sua voz, você acharia clichê e eu também não mentiria.
- Oi
- Você tem mais alguém?
- Por que a pergunta?
- Você vai continuar me ignorando? Porque eu não sei viver nesse seu silêncio, nesse meu tormento, nessa esperança de rolar de novo, querendo te ligar só para saber seu dia, ouvir sua voz, sua risada, contar como tal coisa me lembrou você. Eu não sei ter que me segurar, só para não te assustar. Eu não sei ser morna. Eu quero me mostrar pra você, nua e crua. Eu quero te ver. Eu quero me sentir confortável ao seu lado, sem me preocupar se você está achando que é demais ou de menos. Eu não peço andar de mãos dadas. Apenas uma ligação no meio do dia e talvez um café da manhã no próximo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

No more questions

Te peço, por mim, não faça mais perguntas. Como sempre vou responder mais do que devo e mais do que acho que quero. Eu não acho nada, entende? Eu não sei de porra nenhuma. Portanto não me pergunte. Até porque ainda que soubesse, eu não tenho vontade de saber, isso já modifica bastante as coisas. Se eu pudesse eu ia embora disso aqui tudo agora. Agora mesmo. Eu me transportava pra chuva fina naquela praia escura, deserta, os bares fechados já. Acho que eu teria medo de andar sozinha.

Eu descobri uma coisa muito grave. Sou viciada nas pessoas. Eu odeio elas, não suporto conviver, tenho repulsa, as vezes até nojo. E não consigo me ver sem elas. Eu preciso delas. Não o tempo todo, pelo amor de Deus. Mas eu realmente preciso estar com elas. Respirar elas, faze-las rir, ouvir elas, entende-las, deitar junto, dividir as coisas, sim, eu gosto disso, de verdade, é tipo um vício porque ao mesmo tempo elas me fazem muito, muito mal, eu fico com saudade de mim e querendo a minha mãe, mas isso são só momentos. Daqui a pouco eu sou uma delas e adoro a sensação. Mas enjôo muito fácil. E sei fingir também. Eu preciso de um tempo. Não dá tempo, eu sei. Mas farei o que puder até os próximos cinco minutos indefinidos.

Lara Gomes,
amiga que mora em Valinhos, faz teatro e ótimos textos.

- faço das palavras dela as minhas. -